O projeto recebeu medalha de prata no prêmio para a categoria “edifício para fins comerciais” na VIII Bienal Internacional de São Paulo, em 1965. O terreno muito exíguo, com 6,85 x 20,85 m, estava limitado por construções vizinhas de certa altura ocupando ambas as divisas e até o alinhamento. O programa envolvia vários usos afins de um único cliente: confeitaria, espera, bar, casa de chá e restaurante além de cozinha e áreas de apoio, devendo ser resolvido verticalmente, com circulação vertical dupla separando clientes e serviços.

O edifício ocupa todo o lote definindo paredes de concreto realizadas ao longo de ambas as divisas, unidas por vigas transversais, sem pilares intermediários; os pavimentos têm pé-direito de 5 m cuja maior altura compensa a exigüidade dos espaços disponíveis. A faixa de 5 m no fundo do lote foi reservada para as circulações verticais de apoio e serviços ; a faixa de 3,5 m da frente do lote abriga o elevador para os clientes e a partir do primeiro andar, escada metálica de circulação, sendo o acesso até o primeiro andar por outra escada metálica situada em posição mais interior, nascendo do térreo e passando pelo mezanino. Na porção intermediária situa-se o salão ventilado mecanicamente sendo a intimidade dos ambientes preservada pelos brises verticais da fachada.

Telésforo Cristofani também realizou e acompanhou a execução do projeto completo de arquitetura de interiores. A solução do corte é inabitual mas funcional, os pés-direitos duplos surpreendem quem acessa os espaços mas sua relevância plena se completa apenas ao se considera as propostas da arquitetura de interiores; fato relativamente raro na arquitetura paulista de tendência brutalista, sempre tão parca em complementações aos seus espaços secos.